Todo poderoso timão!?

Primeiramente, parabéns ao Corinthians. Campeão invicto da taça libertadores! Façanha para poucos.

Mas o futebol jogado por Boca Juniors e Corinthians nas duas partidas finais da competição não encheram os olhos de ninguém. Minto. Encheram de lágrimas de tristeza os olhos dos torcedores do Boca e de lágrimas de alegrias os olhos dos torcedores do timão.

Mas tendo ficado pelo caminho times como Fluminense, Santos, Universidad do Chile (eliminados pelos dois finalistas), além de Internacional e Vélez, que poderiam demonstrar disposições táticas interessantes de se analisar, os dois finalistas não possuem muito a oferecer neste quesito.

Tanto o Corinthians quanto o Boca apostam na forte marcação e disciplina defensiva. Basta observar que o primeiro gol surgiu de uma bola parada e o segundo numa falha da defesa do Boca. Ou seja, para quem assistiu no domingo passado a aula que a seleção espanhola aplicou nos italianos a final da Libertadores deixou muito a desejar.

Meu objetivo não é de forma alguma questionar o brilho do título corintiano. O modo como ele veio deve ser comemorado por seus torcedores. Além do mais, sabedor de que o treinador Tite conseguiu extrair de seus comandados a necessária disciplina tática, muitas vezes ausentes nos clubes brasileiros, é de se valorizar! Até o Chicão que um tempo atrás foi afastado do grupo demonstrou, ontem, ser um líder em campo.

A marcação corintiana eficaz sobre o Riquelme, aliada aos muitos comentários sobre a saída do jogador argentino do clube após o jogo (posteriormente confirmada), determinava que o time argentino não teria sucesso na partida de ontem. E mesmo Alex estando um pouco apagado na partida, a tática do sistema defensivo sólido combinada com a velocidade dos atacantes corintianos foram suficientes, além dos erros do adversário, para garantir o título!

Mas como admirador de jogos de futebol não posso deixar de me preocupar com declarações como as de Tostão:

O time tem a melhor dupla de volantes e a melhor dupla de zagueiros do futebol brasileiro, além de Cássio, que pinta como um goleiro para a seleção brasileira. Emerson foi decisivo em vários jogos e é muito melhor do que parece. Nas outras posições, não há nenhum jogador fraco. O Corinthians não tem só cara de Libertadores, como dizem. Tem cara de time organizado, para ganhar qualquer competição. É a equipe mais disciplinada e compacta e a que melhor marca no Brasil. Méritos para Tite, que já merecia, há muito tempo, estar entre os melhores treinadores brasileiros.”

Enquanto a Espanha encanta pelo mundo o futebol brasileiro está sendo enaltecido por zagueiros, volantes e por se defender. Me soa estranho tudo isso! Mas no futebol/empresa o que vale? Os títulos e os futuros negócios imediatos. Então!?

E, como no final do ano o grande adversário no mundial de clubes não será o Barcelona, mas sim o Chelsea, da forma como o Corinthians joga é possível pensar no título. Mas antes é necessário se preocupar com o campeonato brasileiro para recuperar o fôlego perdido.

2 pensamentos sobre “Todo poderoso timão!?

  1. Há uma diferença, que começa a se acentuar nos dias atuais, entre futebol e competição.
    Na competição o que importa é o empenho, a disciplina, a entrega, o esforço, os treinamentos, a disposição, a atitude e vontade de querer vencer. Numa competição de alto nível, de qualquer modalidade esportiva, praticamente todos os competidores chegam no mesmo patamar físico para a disputa. O que faz um ser campeão e um outro ser derrotado é um detalhe.
    Este detalhe pode ser técnica, talento, percepção e até um minutinho a mais de treinamento. Genética, às vezes, importa.
    Da mesma forma, no futebol moderno, tudo isto está no menu dos competidores e o que faz a diferença é aquele detalhe, que nas seleções do passado como Holanda de 1974 e mesmo Brasil de várias Copas, e atualmente como a da Espanha e em times como Barcelona e Real Madrid são maiores que a força física empregada. E em times como Corinthians e Boca toda a força física ajuda, mas o detalhezinho em algum lugar desempata.
    Não sei dizer se este tipo de futebol é o que será imposto daqui por diante, mas tenho certeza que será muitas vezes campeão. Para desespero de quem gosta apenas do detalhe, como eu.

  2. Pingback: Coluna: leitura do jogo | Alameda 1976

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